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Entidade de Integração,
Concertação e Mobilização de Recursos

Os representantes das empresas caboverdianas reuniram-se na quarta-feira, dia 11 de outubro, na cidade da Praia, para analisarem as opções produzidas no quadro do estudo de “Reposicionamento Estratégico do Setor Privado”, cujos fundamentos incidem sobre a problemática do associativismo empresarial em Cabo Verde, a necessidade das Câmaras de Comércio e Associações de Classes de reforçarem o diálogo com o Governo e Setor Publico, a pertinência de uma agenda privada devidamente convergida com a do Setor Público.

Desde há décadas que as Câmaras de Comércio de Cabo Verde procuram soluções para o sério handicap cultural de resistência ao associativismo empresarial, tido como uma das principais causas da fraca capacidade competitiva do país a vários níveis. O estudo relata e sublinha ganhos históricos conseguidos ao longo dos últimos 20 anos, desde a instalação do Conselho Superior das Câmaras de Comércio, espelhando “vetores dinâmicos da história”, os quais, segundo o Presidente da Câmara de Turismo de Cabo Verde, devem ser capitalizados e valorizados numa nova configuração institucional, evitando a todo o custo a rotura com o passado.

Modelo de
Identidade Estratégica

Este estudo, de iniciativa das Câmaras de Comércio, foi subscrito pelas principais associações setoriais e temáticas do país, e mereceu, na primeira tentativa, aprovação para o financiamento da Cooperação Luxemburguesa.

A empresa encarregada pelo estudo, a MundiConsulting, teve como desafios principais desenvolver e propor, na base de um exaustivo benchmarking internacional, modelos de governação que melhor se adequem à nova entidade-chapéu do setor privado caboverdiano, procurando a construção de uma “Voz Única”, no que tange as matérias essências e transversais a todo o tecido empresarial nacional.

Uma entidade capaz de integrar todas as agremiações empresariais oficialmente constituídas e ativas no país, de instituir e institucionalizar mecanismos de  inter-concertação, diálogo com o Governo, setor público e comperação internacional, e suficientemente habilitada para atuar enquanto Central de Procurement de recursos nas esferas nacional, regional e internacional.

A apresentação do estudo esteve a cargo do consultor Franklin Chagas, o qual sumarizou os principais resultados requeridos nos termos de referencia:

  1. Diagnóstico ao sector privado;
  2. Agenda do sector privado, convergida com a agenda do dector público
  3. Diagnóstico funcional aos potenciais membros da futura entidade de coordenação
  4. Modelo de intervenção estratégica
  5. Modelo de governação
  6. Plano de ação, incluindo um conjunto de projetos e ações a serem implementados

As reações dos stankeholders presentes foram unanimes quanto à elevada qualidade do estudo realizado, para além de apontarem contribuições substancialmente uteis para melhorar o enfoque das principais componentes do estudo.

Igualmente os representantes do setor privado foram consensuais quanto ao modelo dessa entidade, devendo ser de nível superior em relação às agremiações empresariais, com vocação e propósito para agregação, coordenação e concertação institucional no seio das entidades representativas do setor privado; com capacidade para gerar dinâmicas de eficiência coletiva, estratégias e consensos nacionais.

Neste quadro, os presentes foram peremptórios quanto ao facto de não se dever desperdiçar ou ignorar os ganhos conseguidos até o presente, referindo-se ao Conselho Superior das Câmaras de Comércio, devendo ser nele concentrados os esforços de capitalização, valorização e reorganização.

Uma entidade cuja visão e missão salvaguardem os princípios de:

  • Estrutura integradora das agremiações empresariais nacionais que cumprem com o estatuto de representantes do setor privado e que, atuando numa lógica de rede, defenda os interesses dos seus membros, contribuindo assim para a prosperidade económico e social de Cabo verde;
  • Porta-voz das agremiações empresariais de Cabo Verde junto das instancias políticas, económicas e sociais, independentemente da sua dimensão, setor ou localização geográfica, e assente no princípio da subsidiariedade.

Modelo de Negócio &
Sustentabilidade Financeira

Dado que a entidade deverá necessariamente apoiar-se numa estrutura executiva mínima (Unidade de Coordenação), a sua sustentabilidade financeira será determinada pelas quotas dos membros associados, de success fee (estes resultantes de projetos de procurement) e doações. Um modelo de negócio que cumpra, com rigor e transparência, o principio da subsidiariedade.

A temática de sustentabilidade das entidades de promoção do desenvolvimento empresarial reaviveu a histórica medida proposta pelas Câmaras de Comércio, de vincular à lei de incentivos fiscais e aduaneiros, a obrigatoriedade de filiação das empresas nas respetivas agremiações empresariais. A plateia defendeu uma recomendação fundamentada ao Governo, enquanto medida de promoção da cultura do associativismo, a par de outras que deverão ser inscritas nos programas de educação e ensino.